Dança tupinambá em ilustração do livroDuas Viagens
ao Brasil de Hans Staden.
Quando descoberto pelos portugueses em 1500,
estima-se que o atual território do Brasil (a costa oriental da América do
sul), era habitado por 2 milhões de indígenas, do norte ao sul.
A população ameríndia era repartida em grandes
nações indígenas compostas por vários grupos étnicos entre os quais se destacam
os grandes grupos tupi-guarani, macro-jê e aruaque. Os primeiros eram
subdivididos em guaranis, tupiniquins e tupinambás, entre inúmeros outros. Os
tupis se espalhavam do atual Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte de
hoje. Segundo Luís da Câmara Cascudo, os tupis foram a primeira raça
indígena que teve contacto com o colonizador e decorrentemente a de maior
presença, com influência no mameluco, no mestiço, no luso-brasileiro que nascia
e no europeu que se fixav. A influência tupi se deu na alimentação, noidioma,
nos processos agrícolas, de caça e pesca, nas superstições, costumes, folclore,
como explica Câmara Cascudo:
O tupi era a raça histórica,
estudada pelos missionários, dando a tropa auxiliar, recebendo o batismo e
ajudando o conquistador a expulsar inimigos de sua terra. Eram os artífices
da rede de dormir, criadores da farinha de mandioca, farinha de pau, do
complexo da goma de mandioca, das bebidas de frutas e raízes, da carne e peixe
moqueados, elementos que possibilitaram o avanço branco pelo sertão.
Do lado europeu, a descoberta do Brasil foi
precedida por vários tratados entre Portugal e Espanha, estabelecendo limites e
dividindo o mundo já descoberto do mundo ainda por descobrir.
Destes acordos assinados à distância da terra
atribuída, o Tratado de Tordesilhas (1494) é o mais importante, por definir as
porções do globo que caberiam a Portugal no período em que o Brasil foi colônia
portuguesa. Estabeleciam suas cláusulas que as terras a leste de um meridiano
imaginário que passaria a 370 léguas marítimas a oeste das ilhas de Cabo Verde
pertenceriam ao rei de Portugal, enquanto as terras a oeste seriam posse dos
reis de Castela (atualmente Espanha). No atual território do Brasil, a linha
atravessava de norte a sul, da atual cidade de Belém do Pará à atual Laguna, em
Santa Catarina. Quando soube do tratado, o rei de França Francisco Iteria
indagado qual era "a cláusula do testamento de Adão" que dividia o
planeta entre os reis de Portugal e Espanha e o excluía da partilha.
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